Investir em gestão ambiental está cada vez mais na pauta da iniciativa privada. Isso por que cuidar dos impactos ambientais que sua empresa ou indústria causa no meio traz não só vantagens para a natureza como também para o bolso do investidor. O professor de gestão ambiental da Universidade Metodista de São Paulo, Vicente Manzione Filho, 34 anos, explica que a lucratividade de um negócio é potencializada pela economia gerada durante o processo de produção. “A base da gestão ambiental é concentrada em três frentes: a redução de consumo, a reutilização de água e a gestão de resíduos. Gerindo esses fatores chegamos a uma produção limpa tantos nos aspectos ambientais quantos nos econômicos”, explica.
Para estabelecer diretrizes de ações ambientais desenvolvidas dentro das empresas, a Organização Internacional para Padronização estabeleceu o ISO 14000. “O ISO é o modelo inicial para qualquer empresa que queria ter uma gestão ambietal. Ele funciona como um ciclo de identificação e correção. Primeiro você identifica os setores que podem causar impacto ambiental para depois corrigi-los”, esclarece o professor. De acordo com ele, normalmente são indústrias que recebem o certificado, sendo pouco comum no setor de serviços.
Contrariando a regra, o Shopping Metrópole, de São Bernardo, foi o primero da região a receber o ISO 14001, variação do ISO que gerencia a gestão ambiental em empresas, pelas medidas que reduziram em 5% o consumo de água dentro do shopping nos últimos três anos. Essa economia foi possivel com a instação de vasos sanitários e válvulas hidras de seis litros, torneiras e mictórios com temporizadores e sensores de presença além de redutores de vazão nas torneiras. E em 2009, o empreendimento iniciou a instalação de mictórios sem água, que reduzem cerca de 16 metros cúbicos por mês no consumo total do Metrópole. Hoje um visitante gasta diariamente 4,36 litros de água no local, a meta do shopping é reduzir o consumo para 3 litros até 2020.
Apesar de não possuir o ISSO 14001, o Shopping ABC de Santo André também desenvolve ações de responsabilidade ambiental, como a coleta seletiva de todo o lixo produzido dentro do estabelecimento, que posteriormente são enviados para reciclagem, além de banheiros equipados com sensores e temporizadores de água que são fechados automaticamente evitando o desperdício. Nos próximos 18 meses o empreendimento pretende reduzir em 30% o consumo de energia elétrica. Para isso vai diminuir as lâmpadas do estacionamento a apenas uma por ponto estratégico e trocar o sistema de ar-condicionado.
Apesar de ter projetos planejados nenhum dos shoppings possui sistema de reutilização de água, um dos meios atuais mais eficientes de eliminar o desperdício. Os demais shoppings da região não informaram sobre as ações de responsabilidade que desenvolvem.
*matéria originalmente publicada na edição de abril/2010 da revista Livre Mercado
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