No Dia Internacional da Mulher o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou o estudo “Mulheres e trabalhos: avanços e continuidades “ que revelou que a maior parte dos trabalhos domésticos ainda é de responsabilidade da mulher.
O estudo é referente aos anos de 1998 e 2008 e mostra que houve uma ampliação no papel da mulher na sociedade moderna. Há muito mais mulheres como chefes de família, arcando com as despesas da casa e realizando trabalhos que antes eram historicamente desempenhados pelos homens. Além disso, a população feminina se destaca também no meio acadêmico e o seu tempo médio de estudo já é superior ao dos homens.
Apesar de toda a escalada rumo ao mundo profissional, a pesquisa revela que não houve praticamente nenhuma mudança na distribuição dos afazeres domésticos com os homens. Em sua maioria as tarefas de casa são delegadas às mulheres.
A advogada Rosangela Maria Negrão é vice-presidente da OAB de São Caetano e conselheira da OAB paulista. Segundo ela, com sua entrada no mercado de trabalho a mulher acumulou mais funções as que já exercia antes. “A sociedade capitalista impõe uma jornada tripla de trabalho à mulher moderna: o seu trabalho, a sua responsabilidade como esposa e mãe de família e a sua vida social”. Para a advogada o excesso de obrigações tem desgastado as mulheres. “A carga colocada em cima da mulher é descomunal, tanto que hoje temos muito mais mulheres enfartando. É preciso que haja uma divisão das tarefas”.
Bem sucedida profissionalmente ela afirma que chegou ao topo de sua carreira com muito esforço e sofreu preconceito por ser sempre uma das poucas mulheres em um meio tão masculino. “Até hoje quando chego nas altas rodas de advogados, os que não me conhecem pensam que sou uma mulher qualquer. Eu preciso me impor, diferente do homem, que é aceito de imediato em qualquer local”, afirma.
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