segunda-feira, 24 de maio de 2010

Marechal abriga museu do Videogame

Quem passa em frente a Galeria Z, antigo Shopping Popular, na Rua Marechal Deodoro em São Bernardo, não imagina que ela abriga um Museu do Videogame. Pois é, a Link Games é última loja do corredor e não possui nenhuma divulgação que revele a coleção de 15 modelos antigos e raros que estão em exposição no interior da loja.

Um apaixonado por games já nota o diferencial assim que vê um modelo de ATARI 2600, discretamente colocado na prateleira abrindo a fila dos clássicos. A atração principal da loja, no entanto, fica por conta do primeiro modelo de Nintendo que foi lançado exclusivamente no Japão e não chegou a ser comercializado no Brasil. A marca Nintendo encontrou seu ápice na década de 90 e foi responsável pelos modelos mais jogados da época, como o Super Nintendo e o Nintendo 64, sendo considerado carinhosamente como ‘formador de caráter’ para os jovens na faixa dos 20 anos hoje.

O dono da loja, Anderson Peres, é um apaixonado por games desde os sete anos e trabalha no ramo há mais de dez. Ele conta que os itens do museu são resultado de muita pesquisa. “A maioria dos modelos foi herdada dos pais e avós, aí nós trocamos, compramos e em alguns casos até ganhamos de presente”, explica.

A história mais curiosa é justamente a do item mais raro, o Nintendo japonês. “Eu fiquei meses pesquisando na internet atrás desse modelo e nada. Ai quando eu já tinha desistido da busca, o meu dentista apareceu com o Nintendo ainda na caixa, com manual de instruções, 20 fitas originais e até a etiqueta de preço do Japão. Estava tudo em ótimo estado, ele só pediu que eu conservasse porque era recordação do pai dele”, lembra Anderson.

A coleção ainda comporta um Nintendo 64 comum e um Nintendo 64 Edição do Pikachu, exclusiva do Japão, Sega Saturn, Neo Geo, Master System II, Dynavision 3, Mega Drive II e III, Super Nintendo, 3DO, X-Box e Nintendo América.

A idéia do museu veio da esposa Monalisa que considera jogar videogame como uma atividade indispensável. “Não é mais um supérfluo, as pessoas já sentem necessidade de jogar”, revela Monalisa e ainda afirma que o público da loja é 90% masculino, com a faixa etária variando de oito a 28 anos. “Mas o museu também atrai muitas pessoas da velha guarda pela raridade das máquinas”, completa.

Eles abriram a loja há cerca de três anos, após terem sido demitidos de uma loja de games em que trabalham porque ela engravidou. “Eu sempre tive vontade de ter meu próprio negócio e esse foi o incentivo que faltava”, confessou o lojista. Anderson afirma que a coleção ainda está em expansão e quem possuir modelos antigos e estiver disposto a trocas pode procurá-lo na Marechal.


*matéria originalmente publicada no Hoje Jornal

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