segunda-feira, 24 de maio de 2010

Locadoras, um negócio do século passado?


Com o declínio das locações, as lojas do ramo estão investindo em outros produtos para manter o comércio ‘ativo’

Assim como Hollywood, o mercado das vídeolocadoras já viveu épocas mais douradas. Os tempos são outros e a prática de alugar DVDs em um estabelecimento está perdendo cada vez mais espaço para os downloads gratuitos feitos pela internet e para o aumento indiscriminado da pirataria física. A criação do VHS (Sistema de Vídeo Caseiro, na sigla em inglês) gerou o “boom”das locadoras e a febre do cinema em casa, na década de 70. Com o passar dos anos a prática do home vídeo esfriou e foi reaquecida pela chegada do DVD (Disco Digital de Vídeo), no final dos anos 90, o que também constituiu elemento facilitador da prática da pirataria, a arquiinimiga da indústria cinematográfica.

Este novo cenário tem dificultado a vida das locadoras de bairro que não tem condições de concorrer com as facilidades oferecidas pelo mercado negro das películas. Elaine Frade, 37 anos, está a apenas seis meses no negócio. Ela comprou a Naka Vídeo Locadora, que existe a 19 anos no Bairro Rudge Ramos, em São Bernardo e já se diz arrependida com o negócio. “Não tem mais lugar para as locadoras de vídeo no mercado, elas estão chegando ao fim. Apesar da nossa boa localização, já registrei queda de 50% nos lucros em menos de um semestre”, afirma.

Até as grandes redes estão sentindo o impacto da era digital, como a Blockbuster brasileira, gigante do ramo, que foi comprada pelas Lojas Americanas em 2007. Para não se tornarem ultrapassadas, as lojas que pretendem continuar em atividade terão de se adaptar a nova realidade e investir em melhorias tanto no atendimento como na seleção dos filmes oferecidos ao público.

Os seis mil títulos acumulados nas prateleiras de Elaine Frade não são suficientes para sustentar a família, e por isso ela incrementou as vendas e agora oferece no mesmo espaço, filmes, bijuterias e roupas de fitness. “A venda de roupas representa 70% da minha receita, a locação de DVDs fica com os 30% restantes”, confessa.

Ela concorda que grande parte da culpa é da fiscalização precária em cima do comércio ilegal, mas aponta o alto custo da indústria do cinema pela outra parte do fracasso. “Um DVD original custa cerca de R$120. Cobrando R$5 em cada aluguel, vou começar a ter lucro somente após 24 locações”, relata.

Futuro – Os estudiosos do setor acreditam que esse encolhimento não é apenas uma crise passageira e sim uma remodelação do segmento. A era digital está estabelecendo uma nova ordem mundial no mercado do home vídeo que será baseada prioritariamente nas exibições online. “O que vai acontecer é uma readequação das locadoras, mas o mercado nunca voltará aos moldes que alcançou no passado”, esclarece o professor de cinema digital da Universidade Metodista de São Paulo, José Augusto de Blasiis.

As esperanças do setor estão concentradas no blu-ray, a nova geração de DVDs com capacidade de armazenar filmes com alta definição e, até o momento, impossíveis de se copiarem. A maior barreira para sua comercialização é que ele requer TV full HD e um tocador adequado para sua reprodução, vendido por R$800. Com o barateamento dos custos do aparelho e a previsão de aumento nas vendas de televisores HDTV para a copa do mundo, a estimativa é que 600 mil discos de blu-ray sejam vendidos neste ano, contra os 230 mil do ano passado.

Para as locadoras que não acreditam mais na recuperação do mercado da mídia física (DVD) a solução está na própria internet, que já começa a ser vista como uma aliada e não mais como inimiga. Para se encaixar na evolução, o setor desenvolveu o serviço de locações online, que disponibiliza um acervo para ser assistido via streming, similar ao usado pelo site youtube, mediante pacotes de aluguel mensais. “A tendência em países como os EUA, onde existe banda larga de qualidade, é desenvolver um serviço de locadoras online. O cliente vai fazer downloads legalmente, com direito a boa qualidade, cenas extras e bônus especial. Aqui, no Brasil, a internet ainda é muito falha para esse mercado”, finaliza o professor.

Cult – A segmentação de público é a saída para o mercado em decadência. Os cinéfilos dão valor a obras originais e serão fiéis a qualidade até na hora da morte. A tendência é que as locadoras menores se transformem em um reduto dos apaixonados pela sétima arte, onde eles trocarão informações, críticas e terão acesso a raridades.

DADOS

Últimos 3 anos – redução de 45% nas vendas de DVDs para locadoras

Prejuízo da indústria de cinema – US$ 6,1 bilhões

Em 2009 – 10 milhões de DVDs piratas foram retirados do mercado

Em 2005 – 12 mil locadoras no Brasil

Hoje em dia – Menos de 6 mil

Fonte: Associação Anti-Pirataria de Cinema e Música; União Brasileira de Vídeo


*matéria publicada originalmente na edição de abril/2010 da revista Livre Mercado

Shoppings do ABC investem em medidas para reduzir os impactos ambientais

Investir em gestão ambiental está cada vez mais na pauta da iniciativa privada. Isso por que cuidar dos impactos ambientais que sua empresa ou indústria causa no meio traz não só vantagens para a natureza como também para o bolso do investidor. O professor de gestão ambiental da Universidade Metodista de São Paulo, Vicente Manzione Filho, 34 anos, explica que a lucratividade de um negócio é potencializada pela economia gerada durante o processo de produção. “A base da gestão ambiental é concentrada em três frentes: a redução de consumo, a reutilização de água e a gestão de resíduos. Gerindo esses fatores chegamos a uma produção limpa tantos nos aspectos ambientais quantos nos econômicos”, explica.

Para estabelecer diretrizes de ações ambientais desenvolvidas dentro das empresas, a Organização Internacional para Padronização estabeleceu o ISO 14000. “O ISO é o modelo inicial para qualquer empresa que queria ter uma gestão ambietal. Ele funciona como um ciclo de identificação e correção. Primeiro você identifica os setores que podem causar impacto ambiental para depois corrigi-los”, esclarece o professor. De acordo com ele, normalmente são indústrias que recebem o certificado, sendo pouco comum no setor de serviços.

Contrariando a regra, o Shopping Metrópole, de São Bernardo, foi o primero da região a receber o ISO 14001, variação do ISO que gerencia a gestão ambiental em empresas, pelas medidas que reduziram em 5% o consumo de água dentro do shopping nos últimos três anos. Essa economia foi possivel com a instação de vasos sanitários e válvulas hidras de seis litros, torneiras e mictórios com temporizadores e sensores de presença além de redutores de vazão nas torneiras. E em 2009, o empreendimento iniciou a instalação de mictórios sem água, que reduzem cerca de 16 metros cúbicos por mês no consumo total do Metrópole. Hoje um visitante gasta diariamente 4,36 litros de água no local, a meta do shopping é reduzir o consumo para 3 litros até 2020.

Apesar de não possuir o ISSO 14001, o Shopping ABC de Santo André também desenvolve ações de responsabilidade ambiental, como a coleta seletiva de todo o lixo produzido dentro do estabelecimento, que posteriormente são enviados para reciclagem, além de banheiros equipados com sensores e temporizadores de água que são fechados automaticamente evitando o desperdício. Nos próximos 18 meses o empreendimento pretende reduzir em 30% o consumo de energia elétrica. Para isso vai diminuir as lâmpadas do estacionamento a apenas uma por ponto estratégico e trocar o sistema de ar-condicionado.

Apesar de ter projetos planejados nenhum dos shoppings possui sistema de reutilização de água, um dos meios atuais mais eficientes de eliminar o desperdício. Os demais shoppings da região não informaram sobre as ações de responsabilidade que desenvolvem.

*matéria originalmente publicada na edição de abril/2010 da revista Livre Mercado

Frozen iogurte: Mania nacional

O bom e velho sorvete que se cuide, pois um concorrente de peso chegou para abalar as estruturas do mercado. A nova sensação atende pelo nome de “frozen iogurte”, um sorvete feito a base de iogurte natural que em menos de dois anos conquistou os brasileiros e se tornou mania nacional. Além do sabor único, procedente da matéria prima importada da Itália, outro fator que contribuiu para o sucesso instantâneo do produto é seu baixo teor calórico. Cada 100g de frozen contém 88 calorias, o sorvete tradicional é duas vezes mais calórico, chegando às temidas 190 calorias por cada 100g.

No Brasil a pioneira do ramo foi a Yogoberry, que inaugurou a sua primeira loja em novembro de 2007, no Rio de Janeiro. As sócias Un Ae Hong e a nutricionista Jong Ae Hong pesquisaram matérias primas e equipamentos de diversos países por mais de um ano, antes de implantar o “frozen de iogurte” no país. A receita deu certo. O que era apenas uma loja se tornou uma rede de franquias, que hoje tem 32 unidades espalhadas pelos estados do Rio de Janeiro, Belo Horizonte, São Paulo, Brasília, Recife, Espírito Santo e Porto Alegre.

O grande ABC não ficou de fora. Existem duas franquias na região, uma no município de Santo André, no Shopping ABC, e a outra em São Bernardo, no Shopping Metrópole. A Yogoberry andreense completa seis meses agora em abril a pleno vapor. Um dos quatro sócios do negócio, Rodrigo Adedo, 34 anos, conta que a idéia de abrir a loja partiu de sua irmã, Adriana Adedo e o marido Waldeviqui Borges. Eles moram em Belo Horizonte, a primeira cidade fora do Rio de Janeiro a ter uma franquia. “Nós queríamos o melhor. Antes de abrir a loja experimentamos todas as marcas. Minha cunhada oferecia o frozen de iogurte da Yogoberry e dos concorrentes para as pessoas. Em 100% das vezes a Yogoberry foi escolhida, então abrimos o negócio”, explica Sabrina Adedo, que toca a loja junto com o marido Rodrigo.

A loja do Shopping ABC possui 30 metros quadrados, o mínimo exigido pela franqueadora. O atendimento é realizado por 10 funcionários divididos em dois turnos e aos domingos, o dia de maior movimento, o time conta com um funcionário a mais para atender a demanda. Segundo Rodrigo, a média de 12 mil atendimentos no mês. “O produto atrai todas as idades e todos os gostos, temos clientes de zero a 90 anos e eles são fiéis. Alguns vêm todos os dias e já os tratamos pelo nome”, relata.

Quando um negócio novo no mercado é bem sucedido, logo começam a pipocar concorrentes. O sucesso do frozen de iogurte não fugiu a regra. Pegando carona na Yogoberry diversos fornecedores da novidade gelada surgiram no mercado com nomes e cores parecidos, o que parece não preocupar os donos da franquia de Santo André. “O sabor Yogoberry é único, é iogurte natural com textura de sorvete e não sorvete com gosto de iogurte”, ilustra Sabrina, grávida de nove meses.

Franquias – A Yogoberry acompanha de perto todo o processo de abertura de franquias. Primeiro o interessado deve possuir o perfil da empresa que é ser empreendedor, comprometido e ter capital disponível. O investimento inicial para abrir uma franquia gira em torno dos R$300 mil, fora o ponto comercial e o estoque inicial. O prazo previsto para retorno é de um ano e meio a dois. “O investimento é alto, nós fizemos um empréstimo no banco e gastamos cerca de 500 mil, sem contar o ponto aqui no Shopping que é caro”, ressalta Rodrigo Adedo.

As lojas são padronizadas, desde os móveis e utensílios até as cores, resultando em um layout descolado e jovial. “Alguns materiais a franquia fornece, outros ela indica a loja e nós compramos. A matéria prima também é a mesma em todas as lojas, vem exclusivamente da Itália, apenas a compra dos toppings pode ser feita de outros fornecedores”, esclarece Sabrina Adedo.

Empolgados com o sucesso no ABC, Rodrigo e Sabrina já estão com planos traçados para o futuro. “Vamos abrir mais duas franquias. Uma no Shopping Dom Pedro, em Campinas, em novembro e outra no Shopping Indaiatuba, que ficará pronto em abril de 2011”, adianta o casal.

Quanto custa ter uma Yogoberry

Investimento de R$ 300 mil – mais o ponto comercial e o primeiro estoque;

Taxa de franquia de R$ 80 mil a R$ 120 mil (varia de acordo com o tamanho da loja);

Capital de giro R$ 50 mil;

Taxa de royalties 7% sobre o faturamento bruto;

Faturamento médio mensal R$ 70 mil;

Prazo médio de retorno de 18 a 24 meses;

Área mínima 30 m²;

Para mais informações acesse o site www.yogoberry.com.br


*matéria originalmente publicada na edição de abril/2010 da revista Livre Mercado

Empreendedorismo: Jovens ganham mais espaço e se tornam uma constante no mundo dos negócios

Uma nova cultura se desenvolveu no mundo dos negócios, a do jovem empreendedor. A geração da década de 80 puxou a fila dos jovens patrões, que logo cedo já dispensam a figura do chefe de empresa arcaico e assumem o comando de seus próprios negócios. Antes a linha cronológica da vida era conseguir uma formação, encontrar um bom emprego e depois sair da casa dos pais para se casar. As pessoas se contentavam em ser empregadas de outras por um longo tempo. Hoje, o costume é diferente, os jovens estão empenhados em acumular capital e montar seu próprio negócio antes de completar 30 anos e de sair da barra dos pais.

Essa nova geração carrega para a profissão a ousadia experimental de quem tem a cabeça cheia de idéias, e pouco medo de arriscar. Essa postura dinamizou antigos sistemas empresariais e vêm transformando o ambiente de trabalho em um local mais acessível aos funcionários, onde a comunicação é realizada de forma horizontal.

O vice-presidente da Associação Comercial de São Bernardo (Acisbec), Valter Moura Júnior, 35 anos, montou o seu primeiro negócio aos 18 anos, no ramo de eventos. “Comecei organizando feiras coorporativas e depois abri a minha empresa, a Welcome Eventos que hoje é especializada em seminários e congressos. Eu era muito novo e como não possuía uma equipe formada fazia de tudo. Tinha que ser o vendedor, o diretor financeiro, administrador, enfim todas as funções. Isso me ensinou muita coisa”, recorda.

Antigo coordenador do Núcleo Jovens Empreendedores da Acisbec, Valter Júnior acompanhou de perto a trajetória inicial de muitos jovens no processo de abertura do primeiro negócio. Ele classifica como jovem empreendedor aquela pessoa que está na faixa dos 25 aos 29 anos, recém saído de uma faculdade, com as idéias fermentando na cabeça e uma grande capacidade de ação. “A vantagem de se empreender nessa idade é a ousadia e a vibração, os jovens não têm medo de errar porque se caírem terão tempo para recomeçar. Ao contrário das pessoas mais experientes que já bateram tanto a cara na parede que agora tiram um pouco o pé do acelerador”, ilustra o empresário.

De acordo com ele as áreas que mais atraem os jovens profissionais são as que envolvem TI (Tecnologia da Informação) e o setor de serviços de um modo geral.

Incentivo – Começar um negócio é um desafio para qualquer idade, quanto mais novo o empreendedor for, mais difícil é a empreitada. Ainda existe muita desconfiança com a juventude, e a falta de credibilidade acaba se tornando uma grande barreira para as novas gerações. Segundo Valter Júnior, falta no ABC políticas públicas que ofereçam crédito a juros baixos para o esse segmento. “Os jovens que estão começando precisam de incentivo fiscal para abrir o primeiro negócio. Eles precisam de uma linha de crédito própria para conseguir crédito e empreender”, diz.

Planejamento Se por um lado a impulsividade da juventude é um diferencial positivo, por outro a precipitação é uma das maiores causas de falências das empresas. Para fugir desse risco, o empresário Marcelo Tristão, 37 anos, dono da rede alimentícia Azul Banana, investiu tempo em planejamento e capacitação antes de abrir o seu negócio, aos 26 anos. “Eu fiz vários cursos preparatórios no Sebrae, pesquisei sobre a área e os custos que teria com manutenção e produtos. Não adianta só ter uma boa idéia, você tem que planejar para minimizar os riscos”, relata Tristão.

Hoje, Marcelo é dono de uma fábrica de salgados e de três unidades da rede alimentícia Azul Banana. Com 21 funcionários sob sua responsabilidade, o empresário afirma que a receita para o sucesso é dar um passo de cada vez e procurar não se endividar. “Eu comecei devagar, e fui expandindo aos poucos de acordo as minhas possibilidades”, conclui.

*matéria originalmente publicada na edição abril/2010 da revista Livre Mercado

Entrevista com Shotoku Yamamoto, presidente do Ciesp de Santo André

Por: Janine Abrão e Heloisa Zambrão


O economista, Shotoku Yamamoto, 65 anos, ocupa atualmente em Santo André o cargo de diretor titular da diretoria regional do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo). Ele representa o presidente do Ciesp em Santo André, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. Faz a intermediação entre os poderes públicos municipais e as indústrias para pleitear soluções nas áreas de infraestrutura, meio ambiente, tributária, trabalhista, entre outras. Atua encaminhando as reivindicações das indústrias da Região ao presidente da casa e seus assessores, quando as soluções não dependem do diretor regional. Além disso, procura fazer integração das indústrias com outras entidades de classes, poderes públicos e sindicatos dos trabalhadores.

Há 56 anos em Santo André, o Ciesp opera facilitando a vida dos empresários da indústria e une os interesses das associações ligadas ao setor produtivo. Como uma entidade civil e privada, não almeja fins lucrativos. Possui nove mil associados no Estado de São Paulo, sendo a maior entidade representativa do setor na América Latina. Possui 42 diretorias regionais espalhadas pelo Estado de São Paulo.


As indústrias região, unidas sob a assistência de uma organização como o Ciesp são favorecidas de que forma?

O associativismo fortalece a indústria, a exemplo do que ocorre com outras entidades de classe. Uma empresa consegue resolver problemas que individualmente não conseguiria resolver, tais como interrupção prolongada no fornecimento de energia elétrica, conflitos trabalhistas, licenciamento ambiental entre outros. Como dizia o nosso ex-presidente Horácio Lafer Piva: “o industrial resolve todos os problemas da sua empresa da portaria para dentro, mas muitas vezes, o lucro pode estar da portaria para fora”.

As dificuldades das indústrias do ABC caminham no mesmo sentido?

São as mesmas. Isso porque não existem mais limites geográficos, as cidades são interdependentes e os recursos produtivos fluem entre elas.

Quais as grandes conquistas?

É difícil enumerar as conquistas. A função do Ciesp é pressionar os governos municipais, estadual e federal para atender as demandas das indústrias. Por exemplo, pressionamos o governo estadual para facilitar o acesso da Avenida do Estado que termina em Capuava ao Rodoanel Mário Covas, através da Avenida Papa João XXIII, em Mauá. Dia 13 (abril), participei de uma reunião com diretores do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá, juntamente com diretores da Associação Brasileira de Fundição, ABIFA, e com Luiz Antonio de Medeiros (sindicalista). A proposta era levar ao Governo Federal os problemas que as indústrias do setor de fundição, ferramentaria, tratamento térmico, usinagem, entre outras, estão enfrentando. A dificuldade surgiu por que uma portaria do Governo isentou de impostos as importações de máquinas usadas. Esse maquinário vem até com ferramental para produzir peças automotivas de modelos que são produzidos no Brasil e já saíram de linha lá fora. Desta reunião as entidades resolveram levar o problema à Brasília para pleitear uma solução e, se o Governo Federal resolver o nosso problema, ótimo. Não vamos sair por aí dizendo que foi uma conquista do Ciesp. Na história do Rodoanel é a mesma coisa, o projeto já foi concluído. Não estou preocupado com este tipo de coisa, o importante é que a Região melhore, não só para as indústrias, mas para todos os cidadãos. Além disso, o Ciesp participou e continua participando com as Universidades e com o Senai de Santo André da criação do Parque Tecnológico de Santo André.

Como a atual taxa Selic interfere na produção das indústrias?

A taxa Selic de 8,75% é exageradamente alta, o que dificulta o investimento atrasa o crescimento do Brasil. E, o que é pior, na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central), é provável que a taxa Selic comece uma trajetória de alta. O problema é que, no Brasil, o Banco Central tem a obrigação ou a responsabilidade de colocar a inflação dentro da meta de 4,5% ao ano, mas não dispõe de todos os instrumentos de política econômica, dispõe somente da política monetária. Uma pressão inflacionária pode ser eliminada com a política fiscal reduzindo, por exemplo, os gastos governamentais que são parte da demanda agregada. Sobre os gastos governamentais o Banco Central não tem nenhum poder de decisão e, por isso, o Banco Central só combate a pressão inflacionária, se é que existe, aumentando a taxa de juros ou aumentando os depósitos compulsórios (políticas monetárias). O aumento da taxa Selic freia os investimentos, diminui o consumo interno e o pior efeito vem no câmbio. A taxa real de juros alta incentiva a entrada de dólares, portanto, aumenta a oferta de dólares o que derruba a cotação da moeda americana, cuja consequência é o barateamento dos produtos importados e aumento da dificuldade de exportações. Isto diminui a pressão inflacionária? Claro que sim, mas a que preço? É só fazer uma comparação entre o crescimento da produção nacional de manufaturados e das importações para constatar o efeito nefasto que a alta taxa Selic provoca na indústria brasileira.

Como a sustentabilidade ambiental pode ser desenvolvida dentro do segmento industrial?

O Governo deveria dar incentivos fiscais para que as empresas façam esse tipo de investimento. Não dá para uma empresa que opera no mercado de alta competição, como é o caso da maioria das empresas brasileiras, investir na melhoria do meio ambiente se os concorrentes não o fizerem. Muitas concorrem com empresas informais que não tem licenciamento ambiental, não pagam impostos e, por isso, tem custo menor e ditam o preço no mercado. Como é que uma empresa formal pode concorrer com elas, arcando com uma carga tributária pesadíssima e ainda investir em melhoria do meio ambiente sem ter uma compensação, sem ter um incentivo? Para as grandes indústrias que operam no mercado do tipo oligopólio é diferente, pela própria natureza do negócio. Depende também de investimentos públicos, por exemplo, em São Caetano a Sabesp construiu há muito tempo uma grande estação de tratamento de esgotos mas opera com enorme capacidade ociosa porque o poder público não concluiu a rede para captar o esgoto dos municípios. A água tratada poderia ser muito útil para, o Polo Petroquímico de Capuava que tem uma atividade de uso intensivo de água.

Como o Rodoanel vai contribuir para o desenvolvimento econômico da Região?

O Rodoanel é uma obra muito importante, não só para a nossa Região. Melhora a logística das indústrias de todo o Estado de São Paulo, facilita o acesso ao porto de Santos. Mas, como eu disse lá atrás, requer algumas obras complementares (acesso da Avenida do Estado à Avenida Papa João XXIII). Quando estiver concluído o prolongamento da Jacu Pêssego até a Papa João XXIII creio que vai diminuir consideravelmente o trânsito na zona leste de São Paulo.

A crise econômica mundial impactou o ABC de que forma?

A crise econômica mundial afetou mais os países exportadores do primeiro mundo, principalmente Europa e Japão, como consequência da crise de liquidez dos Estados Unidos que são os grandes consumidores do mundo. O Brasil, pelo fato de não nunca ter sido um grande exportador de manufaturados, por ser uma população muito grande com demanda reprimida alta e por ter um baixo volume de crédito em relação ao PIB, não foi muito afetado. Por causa destas características do país, com o aumento do crédito, diminuição da alíquota do IPI de alguns segmentos, a partir do último trimestre de 2009 começamos a recuperar o crescimento. Na região do ABC algumas indústrias exportadoras e seus fornecedores sofreram e continuam enfrentando dificuldades principalmente por causa desta super apreciação do real.

Que setor melhor se destaca na Região?

Os setores que estão se destacando são as indústrias voltadas à construção civil, metalúrgicas voltadas à indústria de máquinas e equipamentos rodoviários que estão se recuperando bem por conta do Finame PSI (programa de sustentação do investimento) que o BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento) criou a pedido e pressão da ABIMAQ (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos).

Como se define a lucratividade no setor industrial?

A lucratividade das empresas depende muito mais do tipo de mercado onde as indústrias operam. Quanto mais competitivo for o mercado, menor é a margem de lucro. Eu divido as empresas industriais em três segmentos: o primeiro é aquele que não apresenta barreira tecnológica e nem financeira para o ingresso de novos concorrentes e, exatamente por isso, o mercado torna-se altamente concorrido; em outras palavras, qualquer empregado demitido de uma fábrica de móveis, confecções, serralheria é capaz de montar o seu negócio. O segundo segmento é aquele que, embora não apresente barreira tecnológica, apresenta barreira financeira, isto é, são as indústrias conhecidas como de capital intensivo. O terceiro é aquele que apresenta barreiras tecnológicas e financeiras para o ingresso no mercado. Não preciso dizer que é neste último segmento que a lucratividade é maior. Pouquíssimas são as empresas genuinamente brasileiras que operam neste terceiro segmento. Sobre este assunto dá para escrever um livro.

Como o Consórcio Intermunicipal e órgãos como o CIESP se articulam para o crescimento da economia Regional?

O Ciesp é uma entidade privada sustentada pela contribuição associativa voluntária das indústrias e o Consórcio Intermunicipal, uma instituição pública formada pela sete cidades. Eu reputo como boa a articulação do Ciesp com a Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC que é um braço do Consórcio. Por exemplo, a maioria das empresas que fazem parte do APL Metal mecânico da Agência é sócia do Ciesp Regional.

Com as eleições presidenciais chegando, qual impacto pode ocorre na produção industrial?

Creio que as eleições de 2010 terão pouco impacto na produção das indústrias, mesmo porque a política econômica do atual governo é a continuação do governo anterior, embora de partidos diferentes. Os dois candidatos com maior possibilidade de vitória são dos partidos que governam o país deste o início do Plano Real.

O desenvolvimento econômico anda junto com o desenvolvimento social?

Não. O desenvolvimento social só acontecerá quando o governo realmente investir na melhoria da qualidade dos ensinos fundamental e médio. Eu sonho com um país onde a iniciativa privada não consiga obter lucro explorando a educação e a saúde. Estes dois segmentos não podem ser objeto de lucro, é responsabilidade do Estado. A universidade pública gratuita é um luxo que não posso aceitar enquanto o Brasil tiver este exército de semi-analfabetos. É preciso reformar a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.

Quais as previsões para o fechamento deste semestre? E para o fechamento de 2010?

A expectativa, não só para o semestre, como para todo o ano de 2010 é boa, não teremos grandes surpresas. Só espero que a taxa Selic não aumente muito para não derrubar ainda mais a cotação do dólar que é um dos grandes problemas da indústria brasileira.


*matéria originalmente publicada na edição de abril de 2010 da revista Livre Mercado

Custo Benefício: Quanto uma pessoa gasta para se preparar para um concurso público?

Atualmente a carreira pública emprega nove milhões de brasileiros, segundo dados do IBEG. O que mais atrai as pessoas para a área é a busca por estabilidade no cargo, boa condição financeira e a forma democrática de contratação. Qualquer pessoa, independente de sua condição social, etnia ou sexo pode prestar um concurso e passar.

Por conta dessas vantagens a busca por um emprego seguro tem aumentado muito. Hoje podemos dizer que o Brasil é o país dos concursos públicos, recentemente a prova para trabalhar nos correios reuniu um milhão de concorrentes. Como consequência subiu também a demanda por cursos preparatórios em instituições especializadas. Mas quanto custa se preparar para os cargos estáveis e cada vez mais concorridos na máquina pública?

O diretor de Recursos Humanos da Central de Concursos, José Luis Romero Baubeta, 47 anos, estima que a pessoa que concorre a um cargo de nível médio, com remuneração mínima a partir de R$ 1 mil vai gastar de R$2 a R$4 mil para se preparar. Já para quem almeja uma vaga de nível superior, com salário iniciais mais altos, os gastos são mais maiores, chegando na faixa dos R$ 6 mil.

A estimativa é uma média que inclui os custos com a mensalidade, material didático, material extraclasse, taxas de inscrição, transporte e alimentação no período de um ano, o tempo que a maioria das pessoas leva para passar nas provas. “Normalmente o aluno não passa nem no primeiro e nem no segundo concurso. Ele vai ser aprovado apenas no terceiro”, explica o diretor de RH.

Apesar de parecer que não a relação de custo-benefício compensa e os gastos se pagam através do salário e da estabilidade alcançada na vida profissional. José Baubeta ressalta que o investimento tem retorno a médio e longo prazo. “A ideia é vender para as pessoas uma oportunidade de vida. Além dos conhecimentos para passar na prova ela aumenta a sua bagagem cultural e se torna apta a exercer a profissão”.

O perfil de quem procura os cursinhos é o mais variado possível. Abrange desde jovens, entre 18 e 22 anos, que acabaram de sair do ensino médio em busca do primeiro emprego, até as pessoas mais experientes, acima de 40 anos, que já trabalham, mas por medo da instabilidade das empresas privadas, buscam garantir um “plano B”.

De uns anos para cá a procura pela área tem aumentado bastante e as opções são inúmeras para quem quer seguir no ramo, mas de acordo do José Baubeta é muito comum as pessoas pecarem na hora de escolher optar por um dos muitos setores que a carreira pública oferece. “Eu aconselho a todos os alunos a pesquisarem sobre a área em que pretendem trabalhar. Você não pode pegar o primeiro que aparecer, tem que escolher com cautela para não ser um profissional infeliz”, afirma.

De acordo com ele, um dos grandes aliados do crescimento da carreira pública tem sido a divulgação maciça que o setor tem obtido na mídia nos últimos tempos. Até algum tempo atrás as pessoas tinham preconceito em trabalhar para o governo, seja ele federal, municipal ou estadual. “O próprio ABC era um mercado devagar, cru, por falta de curiosidade”, pontua Baubeta.

Segundo a gerente da Central de Concursos de Santo André, Carla Borin, 34 anos, a unidade do município possui 1800 alunos matriculados neste mês. A demanda na região é maior para concursos de nível médio, como o da Caixa Econômica Federal que será realizado no dia 9 de maio, contabilizando 70% do total em face dos 30% que se preparam para o nível superior.

A aluna de Santo André Norma Homma, 41 anos, é uma delas. Ela possui o segundo grau completo e sempre trabalhou com bancos e viu no concurso da Caixa Econômica a chance estabilidade. Ela estima que vai gastar em torno de R$2,5 mil durante o curso de seis meses, mas acredita que o investimento vale a pena. “É um pouco caro, mas compensa pelo acompanhamento que você tem. Quando eu passar no concurso vou ter retorno desse dinheiro”, anuncia.

Autodidatas – A maior parte dos concursos tem matérias padrão e 90% das provas exige português, matemática, informática e direito. Variando apenas o nível de dificuldade e as matérias específicas. Por conta desse edital base, muitas pessoas optam em dispensar o cursinho e estudar por conta própria. A maior desvantagem é não contar com a presença de um professor para tirar dúvidas e um tempo certo de estudo. Para esse público que quer reduzir as despesas, a Central de Concursos disponibiliza o serviço de venda de apostilas, o kit básico custa R$120. “Para cada dez pessoas que compram as apostilas uma faz o curso. Mas essas pessoas estarão sozinhas e vão ter que se esforçar muito mais do quem faz o curso”, avalia José Baubeta.


*matéria originalmente publicada na edição de abril de 2010 da revista Livre Mercado

Além de estudar mais que o homem, mulher ainda faz o trabalho de casa, segundo Ipea

No Dia Internacional da Mulher o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou o estudo “Mulheres e trabalhos: avanços e continuidades “ que revelou que a maior parte dos trabalhos domésticos ainda é de responsabilidade da mulher.

O estudo é referente aos anos de 1998 e 2008 e mostra que houve uma ampliação no papel da mulher na sociedade moderna. Há muito mais mulheres como chefes de família, arcando com as despesas da casa e realizando trabalhos que antes eram historicamente desempenhados pelos homens. Além disso, a população feminina se destaca também no meio acadêmico e o seu tempo médio de estudo já é superior ao dos homens.

Apesar de toda a escalada rumo ao mundo profissional, a pesquisa revela que não houve praticamente nenhuma mudança na distribuição dos afazeres domésticos com os homens. Em sua maioria as tarefas de casa são delegadas às mulheres.

A advogada Rosangela Maria Negrão é vice-presidente da OAB de São Caetano e conselheira da OAB paulista. Segundo ela, com sua entrada no mercado de trabalho a mulher acumulou mais funções as que já exercia antes. “A sociedade capitalista impõe uma jornada tripla de trabalho à mulher moderna: o seu trabalho, a sua responsabilidade como esposa e mãe de família e a sua vida social”. Para a advogada o excesso de obrigações tem desgastado as mulheres. “A carga colocada em cima da mulher é descomunal, tanto que hoje temos muito mais mulheres enfartando. É preciso que haja uma divisão das tarefas”.

Bem sucedida profissionalmente ela afirma que chegou ao topo de sua carreira com muito esforço e sofreu preconceito por ser sempre uma das poucas mulheres em um meio tão masculino. “Até hoje quando chego nas altas rodas de advogados, os que não me conhecem pensam que sou uma mulher qualquer. Eu preciso me impor, diferente do homem, que é aceito de imediato em qualquer local”, afirma.

Terminal Tiradentes começa a funcionar no sábado

A partir do sábado (20) começa a funcionar o Posto de Controle Operacional Terminal Tiradentes, na Rua Tiradentes, em São Bernardo, que será um trecho de ligação entre a Vila São Pedro e a Vila Esperança.

Além de beneficiar os moradores da região, o novo espaço também vai facilitar a vida dos motoristas e cobradores de ônibus concentrando em um lugar amplo e bem localizado as operações de saída e chegada dos veículos.

Segundo eles é desumano trabalhar na garagem improvisada localizada no entroncamento da Rua dos Pássaros com a Rua Jardim, na Vila São Pedro.

Lá, espremido no cruzamento das duas ruas, os funcionários da SBC Trans vivem em uma guerra constante com os moradores locais. “Aqui nos invadimos o espaço deles, pois estamos no meio da rua. Passam pedestres e veículos o tempo todo aumentando o risco de acidentes”, afirma o fiscal Francisco.

A maior dificuldade enfrentada por eles é a falta de espaço para manobrar a frota de mais de 90 ônibus, fora os microônibus e os articulados que passam diariamente pelo local, sendo comum a ocorrência de acidentes que depois são pagos do bolso do próprio motorista.

A tarefa de manobrar os ônibus e encaixá-los no espaço restrito da garagem a céu aberto é tida como “trabalho de artista” pelos funcionários da SBC Trans e os motoristas afirmam que perdem quase todo o curto horário de almoço (25min) tentando estacionar os veículos. “Além de todas as dificuldades estamos trabalhando no meio da favela, a fiscalização não chega até aqui. Os carros passam feito loucos e todo acidente é culpa nossa. Quem trabalha na [Vila] São Pedro trabalha em qualquer lugar”, relata o fiscal.

O terminal visa acabar com esse todos esses problemas, oferecendo um pátio para manobra e estacionamento dos ônibus, além de refeitórios e salas de descanso para os motoristas. O instrutor do local, Jucélio, afirmou que estão todos ansiosos, mas que não tem muitas informações sobre o novo local, apenas um folheto com a data da mudança. “Acredito que vai melhorar para a gente, pelo espaço físico e a maior segurança. Eu já fiz diversos relatórios explicando nossa situação para a garagem, e agora eles tomaram uma providencia”, esclareceu.

O único receio dos motoristas é mudança na rota que agora obrigara até os veículos de 15 metros e os articulados a percorrerem o interior da favela para chegar ao terminal, antes esse percurso era realizado apenas pelos microônibus. “Vamos ter que contar com a compreensão dos moradores em não estacionar os carros em ambos os lados das ruas que já são estreitas e uma fiscalização mais rigorosa das autoridades quando isso não acontecer”, afirma o fiscal.

O que muda

Com a intervenção, as linhas municipais do Terminal São Pedro agora farão ponto final no Terminal Tiradentes, e as linhas do Terminal Esperança, na Rua Jardim, farão ponto final no Terminal São Pedro.
O ponto de parada da Vila Esperança também passou por adequações e ganhou abrigo e nova pintura. São 60 carros operando nas linhas que atendem a Vila São Pedro e 16 carros para suprir a demanda da Vila Esperança, totalizando 10 linhas que atendem aproximadamente 45 mil pessoas.


*matéria originalmente publicada no Hoje Jornal

Banco é inaugurado a base de gerador no Riacho Grande

Bairro têm problemas no fornecimento de energia a oito meses. Marinho culpa o Estado

A inauguração da primeira agência da Caixa Econômica Federal do Riacho Grande, na quinta-feira (11), com a presença do prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, e do deputado estadual, Alex Manente, teve que ser realizada a base de geradores. Isso porque o distrito, que faz parte de São Bernardo, está com falhas no fornecimento de energia elétrica há cerca de oito meses.

Segundo o subprefeito do Riacho Grande, Fausto Landi, os cerca de 55 mil habitantes do distrito enfrentam esse problema quase diariamente. A falta de energia se inicia no horário de pico e costuma retornar só de madrugada. “Quando chove então é batata, misteriosamente a luz acaba. Hoje nós contratamos um gerador por precaução e foi o que salvou a cerimônia”, relata o subprefeito.

O prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, se defendeu dizendo que está tomando providencias e aproveitou para culpar a fornecedora de energia do Estado pelo transtorno. “Nós estamos cientes da situação aqui no Riacho, mas a responsabilidade é do Estado. A Eletropaulo deixa muito a desejar na manutenção. Não só ela como a Sabesp e a Telefônica também, mas ai tem que falar com o governador Serra”, disparou Marinho.

De acordo com o subprefeito, 14 pedidos e um protocolo já foram encaminhados para a Eletropaulo e até hoje nenhum representante foi enviado pela concessionária. “Nós não conseguimos estabelecer nenhum contato com a Eletropaulo, a subprefeitura do está em 148º da lista de solicitações ao lado de solicitações individuais dos munícipes. Nós estamos sofrendo como todos os outros moradores do Riacho e queremos uma solução”.

Moradores cobram Eletropaulo

Devido a falta de atitude da Eletropaulo, o subprefeito disse que está mobilizando um grupo de comerciantes, os mais prejudicados economicamente com o problema, para ir até a Eletropaulo cobrar uma posição.

O representante do bairro Capelinha, Laercio Machado, disse que formatou abaixo assinado com os moradores do seu bairro e encaminhou para a Eletropaulo na semana passada. “Agora nós estamos aguardando os dez dias de prazo que eles têm para responder, senão teremos que tomar outra providencia. Nosso bairro é organizado e nós só queremos esclarecimentos”.

Os moradores do Riacho estão indignados com a situação, segundo eles o prejuízo é muito grande. O representante de bairro, Carlinhos Bortolatto, pediu mais participação da prefeitura de São Bernardo. “Não temos representantes, o povo está vivendo uma desgraça. A subprefeitura tentou entrar em contato com a Eletropaulo, mas está difícil”, afirma.

A moradora, Maria Luiza, reclamou das dificuldades domésticas enfrentadas pela falta de energia. “Não dá pra manter nada na geladeira porque se a luz demorar pra voltar já era, a gente perde tudo. Os diabéticos, que tem que manter a insulina conservada dentro da geladeira, costumam perder os medicamentos. Assim não dá pra ficar”, reclama.

*matéria originalmente publicada no Hoje Jornal

Marechal abriga museu do Videogame

Quem passa em frente a Galeria Z, antigo Shopping Popular, na Rua Marechal Deodoro em São Bernardo, não imagina que ela abriga um Museu do Videogame. Pois é, a Link Games é última loja do corredor e não possui nenhuma divulgação que revele a coleção de 15 modelos antigos e raros que estão em exposição no interior da loja.

Um apaixonado por games já nota o diferencial assim que vê um modelo de ATARI 2600, discretamente colocado na prateleira abrindo a fila dos clássicos. A atração principal da loja, no entanto, fica por conta do primeiro modelo de Nintendo que foi lançado exclusivamente no Japão e não chegou a ser comercializado no Brasil. A marca Nintendo encontrou seu ápice na década de 90 e foi responsável pelos modelos mais jogados da época, como o Super Nintendo e o Nintendo 64, sendo considerado carinhosamente como ‘formador de caráter’ para os jovens na faixa dos 20 anos hoje.

O dono da loja, Anderson Peres, é um apaixonado por games desde os sete anos e trabalha no ramo há mais de dez. Ele conta que os itens do museu são resultado de muita pesquisa. “A maioria dos modelos foi herdada dos pais e avós, aí nós trocamos, compramos e em alguns casos até ganhamos de presente”, explica.

A história mais curiosa é justamente a do item mais raro, o Nintendo japonês. “Eu fiquei meses pesquisando na internet atrás desse modelo e nada. Ai quando eu já tinha desistido da busca, o meu dentista apareceu com o Nintendo ainda na caixa, com manual de instruções, 20 fitas originais e até a etiqueta de preço do Japão. Estava tudo em ótimo estado, ele só pediu que eu conservasse porque era recordação do pai dele”, lembra Anderson.

A coleção ainda comporta um Nintendo 64 comum e um Nintendo 64 Edição do Pikachu, exclusiva do Japão, Sega Saturn, Neo Geo, Master System II, Dynavision 3, Mega Drive II e III, Super Nintendo, 3DO, X-Box e Nintendo América.

A idéia do museu veio da esposa Monalisa que considera jogar videogame como uma atividade indispensável. “Não é mais um supérfluo, as pessoas já sentem necessidade de jogar”, revela Monalisa e ainda afirma que o público da loja é 90% masculino, com a faixa etária variando de oito a 28 anos. “Mas o museu também atrai muitas pessoas da velha guarda pela raridade das máquinas”, completa.

Eles abriram a loja há cerca de três anos, após terem sido demitidos de uma loja de games em que trabalham porque ela engravidou. “Eu sempre tive vontade de ter meu próprio negócio e esse foi o incentivo que faltava”, confessou o lojista. Anderson afirma que a coleção ainda está em expansão e quem possuir modelos antigos e estiver disposto a trocas pode procurá-lo na Marechal.


*matéria originalmente publicada no Hoje Jornal

Novos deslizamentos assombram a São Pedro

Os moradores da Rua da Bica, na Vila São Pedro em São Bernardo já estão calejados de fugir dos deslizamentos de terra que a oito dias assombram a região. O Hoje chegou ao local a tempo de presenciar o começo de um desbarrancamento e toda a tensão que os moradores enfrentam.

O cenário é chocante, a chuva forte transforma o local em uma ameaçadora cachoeira de barro, que aos poucos vai se soltando em direção a rua lá embaixo. Desde o início das chuvas, a mais de 40 dias, ninguém dorme tranquilo.

Na Rua da Bica, pelo menos seis casas foram marcadas pela Defesa Civil como de risco. Por enquanto apenas três delas foram abandonadas pelos moradores. O maior medo deles é um escadão de concreto construído pela prefeitura para escoar água e que atravessa todo o barranco e ameaça as moradias lá em baixo.

O jornalismo do Hoje encontrou várias famílias abrigadas em um bar aguardando, temerosas, que o pior aconteça com suas casas. Ali ninguém os que já abandonaram os lares matem vigilância com medo dos furtos e aqueles que ainda estão nas casas esperam a chuva passar para voltar para dentro.

A água vermelha e barrosa escoando pela rua é o primeiro sinal de alerta e as cabeças logo começam a apontar das janelas, olhando em direção ao barranco, que como uma bomba relógio, não os deixa se esquecer do perigo em que vivem.

Em um bairro onde a tragédia já virou rotina, quando as pessoas se encontram na rua a primeira pergunta é: “Já desbarrancou?”

Para a doméstica Marisa do Nascimento, 43 anos, a resposta foi sim. Ela relatou ao Hoje os momentos de terror que viveu quando um novo desbarrancamento a pegou desprevenida enquanto dormia, na tarde de quarta-feira (27.) Marisa mora a oito meses em uma casa de fundo no pé do morro com o marido e os dois filhos.

Ela conta que mal tem dormido a mais de uma semana, com medo da terra ceder e cair em cima de sua casa, mas infelizmente o que ela temia aconteceu. Tomada pelo cansaço a doméstica pegou no sono por volta das 16h de quarta e foi acordada pelo estrondo que acompanha todas as tragédias.

“Eu ouvi um estouro e achei que era um trovão, não sabia o que estava acontecendo. Só entendi quando o povo gritou avisando e sai correndo de dentro. Não pensei em mais nada, saí descalça mesmo pra me salvar”, conta a doméstica que por sorte estava sozinha no momento.

Sua casa, como ela mesma diz, ainda não caiu, mas o risco de permanecer lá dentro é muito grande. A laje foi tomada por barro e os móveis estão amontoados na sala.

Do dia para a noite, Marisa engrossou a fila de desabrigados de áreas de risco da Vila São Pedro. Como muitos do bairro, ela agora depende da caridade dos amigos e parentes e teve que espalhar os seus pertences pessoais por aí. “Durmo um dia na casa de um, outro dia na casa de outro. Minhas roupas estão na casa da vizinha, enquanto não arrumar uma casa para alugar vai ser assim”, explica a doméstica, que se recusa a ir pelos abrigos precários da prefeitura.

Espera

Os moradores têm seguido a melhor solução que Secretária de Habitação de São Bernardo, Tassia de Menezes, pode dar: se abrigar no bar durante a chuva. Enquanto isso, eles esperam também que mais essa tragédia anunciada se concretiza e impotentes, observam suas casas serem devastadas pelo barro.

“O pior é quando para de chover, aí é só dar meia hora que desbarranca de vez”, anunciou Marisa conformada e se virou para vigiar a chuva.


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Lulu Santos agita o Trilhas da Natureza em São Bernardo

São Bernardo tem dia de educação socioambiental

São Bernardo sediou, no último sábado, o projeto Toyota Trilhas da Natureza uma iniciativa de promover a educação socioambiental e o respeito pelo meio ambiente. Através de uma série de oficinas e atividades, os 64 monitores da Fundação SOS Mata Atlântica buscaram ensinar crianças e adultos a se preocupar com a preservação ambiental.

Unindo lazer e uma forte proposta pedagógica, o evento teve duração de 10 horas distribuídas em oficinas, jogos de coleta seletiva, painéis explicativos, peças teatrais, brincadeiras, sorteio e shows. As bandas locais After Six e Macaccos e a Orquestra Toyota Trilhas da Natureza, regida pelo maestro German Wajnrot animaram a tarde, o encerramento ficou por conta ídolo pop Lulu Santos.

Ao todo foram 17 atividades que ocuparam o período da tarde e fizeram sucesso entre as crianças. A oficina de plantio que ensinou a plantar mudas e a oficina dos sentidos, que resgatou o contato com a natureza através dos cinco sentidos foram as mais procuradas. O Trilhas da Natureza já teve duas edições anteriores este ano, uma em Indaiatuba (SP) e a outra em Guaíba(RG), cidades onde a Toyota tem unidades fabris.

Para a diretora de comunicação da Fundação SOS Mata Atlântica, Ana Lidia Spachecti, que participou das outras edições a iniciativa tem dado resultados positivos. “O show chama a atenção das pessoas, e com as oficinas as pessoas tem a chance de aprender um pouco mais sobre o nosso bioma que é a mata atlântica, o ar que respiramos e a água que bebemos vem da mata atlântica” avaliou.

Segundo o diretor executivo da fundação Toyota do Brasil, George Costa e Silva, a empresa tem uma forte preocupação com os impactos ambientais que causa e procurou transferir essa preocupação para as cidades onde está presente.

“O Trilhas da natureza foi a forma que encontramos para sensibilizar as pessoas, o que esperamos é uma mudança de atitude e temos que conseguir isso tocando o coração delas. É também uma forma de agradecer as comunidades por ela elas terem nós acolhido tanto tempo”, explicou se referindo aos 50 anos que a Toyota tem em São Bernardo.

A verba utilizada para o evento é toda do empresa, a prefeitura municipal contribuiu disponibilizando seus meio de comunicação, sites, outdoors, divulgando nas escolas e permitindo faixas na cidade. “Não procuramos contribuição financeira, o que queremos é uma parceria de envolvimento para a causa”, finalizou Costa e Silva.

Show

“Eu estou me sentindo no Pacaembu lotado”, afirmou Lulu Santos, durante o show de encerramento do Toyota Trilhas da Natureza em São Bernado, se referindo ao publico limitado pela chuva forte que caiu na noite de sábado. O cantor se apresentou pela primeira vez na cidade e afirmou com exclusividade ao Hoje que “adorou” tocar no ABC e pretende voltar.

Com 25 anos de carreira e mais de cinco milhões de discos vendidos, Lulu Santos agitou o publico de São Bernardo com um mix de grandes sucessos e hits do novo CD ‘Long Play’. Os fãs puderam conferir canções como ‘De repente Califórnia’, ‘Um Certo Alguém’, ‘Como uma Onda’, ‘Tudo Azul’, ‘Tempos Modernos’, ‘Apenas Mais uma de amor’, ‘Assim Caminha a Humanidade’, ‘Sábado à Noite’, entre outras. O encerramento ficou por conta do sucesso ‘Descobridor dos Sete Mares’, cantado em coro pelo público.

Acompanhado por uma super banda composta por Milton Guedes nos sopros, Dunga no baixo, Chocolate na bateria, Silvio Charles na percussão, Hiroshi Mizutani nos teclados e Andrea Negreiros nos vocais, Lulu Santos incendiou os fãs que retribuíram e munidos de capas de chuva dançaram sem parar durante as duas horas de duração do show.

Assim como Lulu, a banda levou uma boa primeira impressão do público sãobernardense e aguarda convites para retornar em breve. O baterista, Chocolate, afirmou que nem chuva conseguiu desanimar o público. “Cada pessoa valia por cinco quando olhávamos do palco, foi muito gratificante”, revelou.

O músico Milton Guedes, que encantou o público com a sua performance, elogiou a organização e o caráter educativo do evento. “A estrutura do evento foi muito bem, feita os organizadores estão de parabéns. Eu adorei o show e espero me apresentar mais no ABC”, afirmou.


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Samu de São Bernado ganha reforços

A frota do Samu (Serviço de Atendimento Médico de Urgência) de São Bernardo, que realiza cerca de cem atendimentos por dia, ganhou agilidade com a inclusão de duas motolâncias. A entrega foi feita pelo prefeito Luiz Marinho (PT) junto com o Secretário de Saúde, Arthur Chioro. Na ocasião foi criado o Comitê Gestor de Urgência e Emergência, que terá a função de coordenar e integrar os serviços de saúde.

De acordo com o Secretário, a criação do Comitê é exigida para todas as cidades que possuam serviços de emergência. Ela será composta por 12 membros vindos da Secretária de Saúde, Conselho Municipal de Saúde, Defesa Civil, Polícia Militar e da Coordenadoria do Plano de Auxílio às Indústrias. Metade dos cargos será da prefeitura e metade será dividida entre os outros órgãos.

Segundo o prefeito Luis Marinho, esse é o só o começo das melhorias previstas para a área. Ele afirmou que das 32 UBS (Unidade Básica de Saúde) de São Bernardo, 29 precisarão de reformas pelo péssimo estado em que estão. “A UBA do Rudge Ramos não tinha elevador e nem energia, os profissionais precisão de boas condições de trabalho, não basta só dedicação deles”, salientou Marinho.

O Coordenador Geral do Samu, Ricardo Carjeleasow, afirmou que com o incremento das motolâncias o tempo resposta para a chegada em um acidente vai diminuir substancialmente. O equipamento transportado pelo veículo consiste em desfibrilador automático para vítimas de parada cardíaca, torpedo de oxigênio com máscara, colar cervical e talas de imobilização além de outros medicamentos. “Com esses equipamentos podemos realizar desde pequenas mobilizações até ressuscitarão cardíaca”, explicou o coordenador.

Os veículos começarão a funcionar dentro de 30 dias e serão pilotados por técnicos de enfermagem que estão sendo treinados para prestar o primeiro atendimento e preparar o paciente para remoção, quando necessário.

Após a entrega dos equipamentos, Marinho realizou a vistoria às obras da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da Vila São Pedro, para começar a funcionar em janeiro de 2010. A administração prevê a construção de mais oito UPAs no município.


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Especial de natal do Roberto Carlos

Não existe Natal sem Roberto Carlos. Desta vez o Hoje esteve presente com exclusividade no especial, gravado para a Rede Globo, na terça-feira (15), no ginásio do Ibirapuera. Um Roberto Carlos recuperado subiu ao palco sem sinal das dores musculares que o levaram a cancelar o show na semana passada, o Rei comemorou os 50 anos de carreira e recebeu os convidados para os duetos.

Quem ficou receoso de um Natal sem a voz do Rei, pode se tranquilizar. Com um suspiro, Roberto engatou “Emoções” arrancando, reações do público que aguardava ansioso após uma hora de atraso. Acompanhado por mais de 20 músicos e pelo maestro Eduardo Lages, o Rei deu sequência ao show sem fazer nenhuma pausa.

Com o seu carisma habitual o Roberto conversou com o público e agradeceu a presença de todos. “Que prazer, mais uma vez aqui com vocês, muito obrigada pelo carinho e pelas coisas boas desde que eu nasci, e já faz muito tempo. Vocês assim acabam me matando de amor. Eu vou dizer tudo o que eu sinto cantando” e engatou “Eu te amo, eu te amo, eu te amo” para o delírio dos fãs.

Se confessando um noveleiro profissional, Roberto lamentou ter perdido o capítulo de “Viver a vida” o que foi a deixa para ele embalar “A mulher que eu amo” tema de Helena e Marcos (Thaís Araújo e José Mayer) com cenas do casal ao fundo.

A iluminação acompanhou a grandiosidade do evento, e o público, que embalava ao som da voz do Rei, se encantava m meio ao jogo de luzes. Acima do Rei, um céu de estrelas e ao fundo, um telão gigantesco com imagens de rosas, nuvens, corações e as curvas da estrada de santos compuseram o cenário da festa.

Convidados dividem palco com o Rei

O ponto alto do show foi a participação da atriz Dira Paes, a Norminha da novela ‘Caminho das Índias’. Convidada para escolher e cantar uma música com o Rei, ela disse que só cantava no chuveiro e passou a bola para personagem.

“Se a Norminha pudesse escolher, com certeza seria ‘Cama a Mesa’”. E os dois embalaram uma versão divertida da música com direito a Norminha oferecendo um copo de leite ao Rei, com um agudo “Beba, beba, beba”.

Logo em seguida o anfitrião interpretou o tema da fogosa Norminha, “Você não vale nada, mas eu gosto de você”. Os dois dançaram agarradinhos acompanhados pelo sanfoneiro do grupo ‘Calcinha Preta’, que depois subiu ao palco para dividir a música com o Rei.

Em seguida o grupo cantou uma versão de forró do sucesso ‘Eu amo demais’, para um Roberto Carlos admirado. “Quando a gente pensa que já viu de tudo, vem alguém com alguma coisa nova”, declarou o rei.

Ana Carolina, a primeira convidada da noite, foi anunciada por Roberto como uma das melhores cantoras da atualidade. “Cantando e compondo ela é sensacional, é um barato ter você aqui”, afirmou. Os dois dividiram os acordes de ‘Encostar na Tua’, sucesso de Ana Carolina, e ‘Como vai você’.

O cantor, e recentemente ator, Daniel, foi recebido com muito carinho pelo Rei que o classificou com um “cara do bem”. “Não existe uma pessoa, um povo que não goste de você”, declarou o anfitrião.

Daniel contou que teve um ano maravilhoso com o filme, a novela e o nascimento da primeira filha, Lara. “Mas o que me alimenta a alma é cantar”, completou. Roberto cantou sozinho ‘Estou apaixonado’, antigo hit gravado com João Paulo, depois dividiu o palco com o Rei em ‘Quando eu quero falar com Deus’.

Encerramento

O encerramento ficou por conta de um Pout Pourri dos sucessos da jovem guarda, com ‘É proibido fumar’, ‘Namoradinha de um amigo meu’ e ‘Quando’ que agitaram o público. A declaração final do Rei foi cantando ‘Como é grande o meu amor por você’, que segundo ele expressa tudo o que ele queria dizer para os fãs.

A disputada entrega de rosas vermelhas e brancas ao som de ‘Jesus Cristo’ finalizou mais um espetáculo do Rei Roberto Carlos. O especial de Natal vai ao ar na rede Globo no dia 25 de dezembro.


*matéria publicada originalmente no Hoje Jornal

Prefeitura destrói produtos ilegais apreendidos


Durante ato simbólico realizado ontem a prefeitura de São Bernardo em parceria com o poder Judiciário destruiu com um rolo compressor produtos piratas comercializados ilegalmente que foram apreendidos pela polícia desde o ano passado.

Entre os itens estavam CDs, DVDs, fitas cassete, VHS, garrafas de Whisky, cigarros, material de motoboys, computadores e aparelhos de TV antigos entre outros. O material recolhido vai para o fórum que dá o destino final. Segundo o Secretário de Serviços Urbanos, José Cloves, essa foi só uma parte do material recolhido, ainda tem mais esperando por despacho judiciário para poder ser recolhido. O Secretário ainda afirmou que é a nessa administração é a primeira vez que ocorre uma ação desse tipo e que ela afirma à política de combate a ilegalidade o município. “A política da administração atual de combate a toda forma de criminalidade na cidade”, completou.

O material é proveniente de várias partes da cidade e foi recolhido principalmente de camelos. O Secretário explicou que o poder fiscal não permite que a prefeitura realize as apreensões. “Quando constatamos uma irregularidade notificamos a polícia para que ela possa realizar a apreensão”, concluiu.


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Verba Federal destinada a saúde não é aplicada pelo prefeito de Mauá

O vereador Atila Jacomussi (PV) de Mauá protocolou denúncia na última quinta-feira (27) no Ministério Público contra o prefeito da cidade, Oswaldo Dias (PT), pelo não repasse de verbas do governo federal destinadas a programas na área da saúde. No documento, o parlamentar questiona o valor e onde foram aplicadas as verbas e alega que os programas não foram ativados.

Segundo o vereador a denúncia pode acabar em processo por improbidade administrativa. “O prefeito está recebendo a verba, mas o serviço não está sendo prestado a população, está prevista a contratação de funcionários na área de saúde e isso não foi feito, a gente não aguenta mais”, desabafou Jacomussi.

A verba do FNS (Fundo Nacional de Saúde) destinada pelo governo federal à cidade e Mauá é de R$ 908, 424 mil dividida em três programas: o Saúde da Família, o Centro Epidemiológico de Saúde, destinado ao combate a dengue e a continuidade do atendimento no Centro Especializado Odontológico.

Anteriormente esses programas eram de responsabilidade da empresa terceirizada Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) Sorrindo Para a Vida, que teve o seu contrato rompido pela prefeitura. Agora é a SPDM (sigla de Associação para o Desenvolvimento de Medicina) a encarregada.

Segundo o requerimento de Jacomussi, os programas acima mencionados eram oferecidos à população até pouco tempo a trás e sua paralisação causa “estranheza, pois a verba continua sendo repassada a prefeitura”.

Caso a promotoria comprove as denúncias a administração de Oswaldo Dias terá que devolver a verba para o Ministério da Saúde.


*matéria publicada originalmente no Hoje Jornal

São Bernardo lança Refis rigoroso

Durante a coletiva de imprensa realizada ontem no Paço Municipal para apresentar as normas do PPI (Plano de Parcelamento Incentivado) lançado pela administração, o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), revelou que pretende protocolar ainda nesta semana o projeto lei da reforma administrativa.

Ele espera que dessa vez o as alterações feitas no projeto sejam aprovadas pela maioria dos vereadores e afirma que vai respeitar os prazos do Legislativo. “Não questiono a maneira, só peço que eles estejam trabalhando e é natural que todos os projetos que você encaminha ao Legislativo tenham pedidos de mudança”, declarou o petista. A reforma administrativa inicial era formada por três projetos (implantar a Secretaria de Segurança Pública, reformulação na Secretaria de Saúde e na Administração), e passou pelo plenário em abril passado, mas não foi aprovada. Os vereadores da oposição contestaram a falta de informações nas matérias.

O prefeito Marinho explicou junto com o Secretário de Finanças, José Alamo Silveira Garagov e o Diretor do Tesouro, Luis Carlos Berbel as normas do novo sistema de refinanciamento de tributos municipais e multas de trânsito, o PPI, que também pretende protocolar nesta semana na Câmara Municipal.

De acordo com Garagov, a dívida ativa do município esta em cerca de R$1,61 bilhão o que corresponde a quase um orçamento anual da prefeitura. O Secretário afirmou que esse é o projeto mais ousado realizado por uma administração para regularizar as dívidas do estado.

O novo Refis (Programa de Recuperação Fiscal) funciona da seguinte maneira: o contribuinte que quitar suas dívidas a vista ou em até 36 parcelas terá descontos de 100% sobre multas e juros; 50% sobre os honorários advocatícios e 50% sobre multas punitivas do ISS e ITBI.

Para os contribuintes que parcelarem de 37 a 60 vezes os descontos são de 60% sobre multas e juros; 30% sobre honorários advocatícios e 30% sobre as multas punitivas do ISS e ITBI.

Dívidas quitadas em até seis vezes não receberão nenhuma correção monetária, de sete a 60 parcelas terá um acréscimo com base Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP). As parcelas mínimas variam de R$ 30 para pessoa física e R$100 para pessoa jurídica. O munícipe só poderá parcelar débitos vencidos ate 31 de dezembro de 2008 e não tiver suas dívidas de 2009 regularizadas.

Apesar de trazer todos esses incentivos e benefícios o PPI terá um sistema de cobrança muito mais rigoroso. A prefeitura atuará em conjunto com o Poder Judiciário

Depois de aprovada pelo Legislativo a medida entrará em vigor a partir de 15 dias, depois o munícipe terá oito meses para aderir ao programa. Se o nível de adesão for baixo, o projeto prevê extensão do prazo por mais dois meses.

O PPI prevê também benefícios para as propriedades com cobertura vegetal e hortifrutigranjeiras com desconto de até 80% no imposto territorial urbano devido, desde que requerido durante o prazo de adesão ao PPI. E são dispensados os requerimentos e comprovações de pagamentos de dívidas anteriores.

Marinho afirmou que será um único Refis para os quatro anos, não haverá necessidade de reformulação. “Desenvolvemos um Refis com condições para qualquer contribuinte se colocar em dia com o fisco municipal”, afirmou o chefe do Executivo.


*matéria publicada originalmente no Hoje Jornal

Ciclovia deixa moradores desabrigados

A construção de uma ciclovia pela Prefeitura de São Bernardo, vai desabrigar cerca de 8 famílias que moram na Vila São Pedro em São Bernardo. Segundo os moradores, a prefeitura vai retirá-los sem pagar indenização, o máximo que eles oferecem é um auxílio aluguel de R$ 315 ou alojamentos.

As moradias foram construídas em terreno da prefeitura ao lado de um córrego a mais de 15 anos. Os moradores não se conformam que algumas casas sejam removidas enquanto outras permanecem, eles alegam que não há critério justo para a remoção das casas. “Quem é mais pobre vai ter que sair, não sei se é coincidência”,revelou um morador.

Do outro lado do córrego, onde ficam os quintais das casas mais abastadas nenhuma vai ser removida. “O terreno do lado de lá também é da prefeitura, eles estão mentindo quando dizem que não é”, denunciou Maria Aparecida da Silva, uma das moradoras que terá metade de sua casa removida.

Segundo ela, quando o prefeito Luiz Marinho esteve em uma escola da comunidade para a reunião do PPA (Plano Plurianual) ele se recusou a conversar com os moradores, que munidos de cartazes invadiram a reunião para protestar contra a remoção, sem resultado.

A justificativa apresentada pelo prefeito na ocasião é de que eles estão em área de risco e devem ser retirados de lá. Os moradores afirmam que apesar da localização precária, não correm risco algum ali, nunca houve enchentes ou desabamento. As famílias estão enfrentando esse drama desde o início das obras a 3 meses. Eles afirmam que só saem de suas casas se for para outra casa.

Além disso, os moradores consideram um perigo construir um ciclovia naquele local, pois vai ser um foco de vandalismo e uso de drogas. “Eles vão transformar isso aqui em uma cracolândia, vão tirar as famílias de trabalhadores para colocar os bandidos”, desabafou um morador.

*matéria publicada originalmente no Hoje Jornal

Iniciativa privada capacita jovens no ABC

Uma unidade móvel, chamada de Centro de Treinamento, que é basicamente uma sala de aula sobre rodas, equipada com mesas, cadeiras e um projetor de slides, vem a quatro anos capacitando jovens e atualizando profissionais da área de hidráulica por todo o país.

Iniciativa da Tigre, o maior grupo em seu segmento na América do Sul, a unidade móvel oferece um curso de hidráulica básica. Com duração de três horas, o curso é gratuito atende turmas de até 25 alunos. Ao final é oferecido um certificado, que será um fator de diferenciação no mercado.

Durante essa semana a unidade está estacionada ao lado da loja de materiais para construção Zanutto Rodrigues, no centro de São Bernardo. O Coordenador do projeto no ABC, Willian Nunes, contou que duas casas abandonadas foram demolidas para a chegada do CT Móvel.

O professor do curso aqui na região, Marcos Guinantes, 31 anos e funcionário da Tigre a cinco, explicou que o conteúdo ensina conceitos básicos de hidráulica, tubulação, dimensionamento de água e drenagem direcionado para jovens de uma faixa etária ente 14 e 21 anos. Segundo ele o curso não é composto apenas por palestras, há uma parte técnica que pode abrir portas para uma futura profissionalização na área. “Além de capacitar os jovens, nós também aperfeiçoamos e atualizamos o conhecimento dos profissionais que já trabalham com hidráulica há muitos anos”, explicou o professor.

Atuando em uma parceria com instituições como a Fundação Criança de São Bernardo, que atende crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social, a iniciativa é uma oportunidade a mais para esses jovens.

O Coordenador de projetos sociais da Fundação, André Portela Leite, avaliou a importância do curso para o público com o qual ele trabalha. “Esses jovens tem interesse por uma formação pratica, há uma demanda de interesse e toda oportunidade para essas crianças e adolescentes é bem vinda”.

O estudante Rodrigo Alves, 17 anos, do segundo ano do ensino médio afirmou que pretende levar conhecimentos do curso de hidráulica não apenas para o mercado de trabalho, mas para situações do cotidiano. “Não penso nesse curso só para o serviço, como também para a vida, nunca se sabe quando vou precisar trocar um cano”, disse.

“Eu tenho pouco conhecimento na instalação de canos, mas com o curso vou aprimorar e vou poder até trabalhar na área futuramente”, explicou Ivan Carlos, 20 anos, que está no primeiro ano do ensino médio e vê no curso uma oportunidade real de trabalho.

O dono da Zanutto e parceiro da Tigre no projeto, vê a iniciativa como uma forma de suprir a carência de conhecimentos técnicos nessa área. Segundo ele a maioria dos profissionais que trabalham com hidráulica e tubulação aprenderam tudo na prática e não tem conhecimento teórico do assunto. “O curso é muito importante para o meio, por isso os nossos próprios vendedores já passaram por uma capacitação técnica semelhante, eles precisam ter conhecimento porque o balcão muitas vezes é o maior foco de transmissão de conhecimento para o consumidor”, completou.

*matéria publicada originalmente no Hoje Jornal

Carro derruba poste a provoca blecaute no centro

Por volta da 13h 30 da tarde de ontem, um carro colidiu com um poste na Av. Senador Vergueiro e interrompeu o fornecimento de energia elétrica na entorno da região durante 30 minutos, incluindo o Shopping Metrópole e as linhas de trólebus da estação de São Bernardo.

A Metra informou que os transtornos causados pela queda de energia nas linhas de trólebus foram minimizados por não ter acontecido no horário de pico e possibilitando a substituição dos veículos elétricos pelos ônibus a diesel. Segundo o assistente operacional, Moacyr Pedral, de oito a dez ônibus ficaram parados no corredor entre a parada ETE/SENAI, em São Bernardo e a Santa Tereza (Shopping ABC), em Santo André. Os outros terminais foram informados evitaram o engarrafamento das linhas pedindo o retorno de seus veículos.

O itinerário da linha de veículos a diesel que sai da estação Sônia Maria, de Mauá, e vai até a parada Santa Tereza, estendeu seu percurso até o terminal Ferrazópolis para atender a demanda dos passageiros são bernardenses.

Quem estava fazendo compras ou almoçando no shopping foi surpreendido pelo blecaute. Os restaurantes da praça de alimentação ficaram sem energia e funcionário do Mc Donalds informou que as caixas registradoras pararam de funcionar, impossibilitando as vendas. As lojas também pararam de operar com a falta de eletricidade e fecharam as portas. Só quem estava fazendo sua alimentação não foi interrompido, porque o estabelecimento tem um sistema gerador alternativo de energia para essa área.

Segundo informações da Eletropaulo, empresa distribuidora de energia elétrica de São Paulo, a situação foi normalizada no centro por volta das 15h, através de uma manobra que trouxe energia de outros circuitos da região. Nos arredores do acidente, entre as ruas Banda e Luiz Ferreira da Silva, a situação demorou mais tempo para voltar ao normal. O poste derrubado teve que ser substituído e a energia voltou a circular por volta das 19h.

*matéria publicada originalmente no Hoje Jornal

Mauá aprova aumento nos impostos


Foi aprovada pelos vereadores em 1ª votação na sessão desta terça-feira (25/08) da Câmara Municipal de Mauá a CIP (Contribuição de Iluminação Pública). O projeto de lei apresentado pelo Prefeito do Município, Oswaldo Dias (PT), não constava da ordem do dia e foi apresentado em caráter de urgência.

Foram contra o projeto os vereadores: Alberto Betão Pereira Justino (PSB), Ozelito José da Silva (PSB), Atila Jacomussi (PV), Silvar Silva Silveira (PV), Manoel Lopes (DEM) e Edimar da Reciclagem. Todos os outros vereadores votaram a favor, dois vereadores, Cincinato Freire (PSDB) e Roberto Rivelino Ferraz, o prof. Betinho (PSDC), com voto condicional podendo mudar de opnião na segunda votação. A oposição espera conseguir derrubar o projeto na segunda votação e vai buscar apoio nos vereadores que votaram condicionalmente na primeira sessão.

Caso seja aprovada em segunda votação, a medida institui na cidade a cobrança de uma taxa sobre os serviços de iluminação. Ela será recolhida pela própria empresa fornecedora de energia, a Eletropaulo, e estará incluída no valor da conta mensal. A aplicação dos recursos vindos da nova cobrança será destinada ao Fundo Municipal de Iluminação Pública, que também será criado através da nova lei.

A lei institui uma tabela de modalidades dos contribuintes, com valores distintos para cada tipo: Residências R$ 6,29, Comercial R$ 14,99, Industrial R$ 21,81, Poder público (com exceção do municipal) R$ 14,99, Rural R$ 6,29, Eletropaulo R$ 14,99. A multa para quem atrasar o pagamento será de 2% sobre o valor, e depois 1% ao mês. O valor será reajustado anualmente com base no IGPM (Índice Geral de Preços de Mercado). Na realidade a CIP já existe, mas nunca foi cobrada. Ela foi criada em 2003 pelo próprio Oswaldo Dias. Em 2005, o prefeito e hoje superintendente do Sama (Saneamento de Mauá), Diniz Lopes, revogou o projeto através de uma lei ordinária. Em 2007, o ex-prefeito Leonel Damo recriou a taxa, mas ela isentava as pessoas com consumo inferior a 180 quilowatts. Na época a emenda foi apontada como inconstitucional. O projeto apresentado agora pelo prefeito vai revogar todas as leis anteriores. Dessa vez estarão isentos apenas os consumidores classificados como “tarifa social de baixa renda”.

Aumento do IPTU

Na sessão da semana anterior o prefeito Oswaldo Dias conseguiu aprovar um projeto de lei que prevê a reorganização da cidade em 14 territórios, a oposição afirma que essa medida deverá causar o aumento do IPTU (Imposto Predial Territorial Urbano), pois modifica zoneamento da cidade.

O prefeito e os vereadores da base de sustentação alegaram que vai haver alteração no valor do IPTU. A oposição está cética quanto isso, segundo o assessor de gabinete do vereador Átila Jacomussi, a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) do ano passado prevê o aumento no valor do imposto para esse ano.

Em 2001 aconteceu a mesma coisa, o prefeito alegou a necessidade de atualizar o cadastro imobiliário da cidade e realizou uma nova medição das casas, em alguns casos o aumento do IPTU chegou a 300%.

“Quando os funcionários da empresa que eles contrataram para fazer as medições não encontravam ninguém nas casas eles nem faziam a visita, “chutavam” as medidas e chutavam os valores”, afirmou o assessor de Átila.

Taxa da água

O prefeito de Mauá ainda instituiu por meio de decreto o aumento de 18,25% sob a taxa de água e 18,25% sob a taxa de esgoto, ou seja, um aumento de mais de 30% no total do valor cobrado pelo serviço de água do município.

Como foi instaurado por meio de decreto, o aumento na tarifação foi discutido apenas no Executivo, não chegou a ser votado no plenário. Posteriormente foi regulamentado pela portaria da ARSAE (Agência Reguladora dos Serviços de Água e Esgoto) de Mauá e a partir da próxima semana as contas já virão reajustadas com as novas taxas.


*matéria publicada originalmente no Hoje Jornal

Ato em prol da acessibilidade foi realizado ontem em São Bernardo

Foi realizada ontem no teatro Cacilda Becker, em São Bernardo, o Ato em comemoração ao Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência que contou com a presença do Ministro da Secretária Especial do Direito Humano, Paulo Vannuchi, do Prefeito Luiz Marinho, da presidente do CONADE (Conselho Nacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência) Denise Granja e de lideranças sindicais da CUT.

No Ato, 42 entidades públicas e privadas assinaram o termo de adesão à Campanha Nacional da Deficiência do CONADE. O orgão carrega a bandeira “Siga essa idéia” desde 2006 e visa a conscientização de todo a sociedade para a importância da acessibilidade como direito de todo portador de deficiência.

O termo deve ser assinado por três pessoas, o Ministro Vannuchi, a presidente do CONADE e o representante da entidade que está assumindo o compromisso. Entre as entidades que aderiram estão a Universidade Metodista, a Faculdade de Direito de São Bernardo, o Sindicato dos Metalúrgicos e dos Químicos do ABC, a CUT, as Administrações de São Bernardo, Mauá e Diadema, além do Consorcio Intermunicipal que representa as sete cidades do ABC.

Segundo a presidente do CONADE, o papel dessas entidades será promover medidas de acessibilidade interna, passar informações e incentivar os debates nos sites e blogs e assumir a postura de não ter preconceito. “Não são apenas barreiras físicas (arquitetônicas) que temos de superar, são também barreiras de informação”, afirmou a Denise.

O Secretário Nacional de Políticas Sociais da CUT, Expedito Solaney, salientou o engajamento dos trabalhadores na luta pela acessibilidade. “A CUT nacional se soma a campanha nesse dia importante a todo deficiente. Além disso, estaremos lutando efetivamente para que todos os lugares, desde os locais de trabalho tenham ações de acessibilidade, como a luta pelo cumprimento de da lei de cotas do Brasil por parte do poder público e privado”, declarou.

Campanhas como essa são de estrema importância para as pessoas que deficientes e seus familiares que precisam conviver no seu dia-a-dia com as dificuldades de acessibilidade impostas pelas barreiras arquitetônicas das cidades, não planejadas para suprir as necessidades especiais dos deficientes.

Para Waldenici Lazaro, mãe do cadeirante como Marcos Lazaro, 39 anos, que sofre de paralisia cerebral na parte motora, ocasionada por erro médico no neonatal, iniciativas que promovem acessibilidade são de extrema importância. Ela revelou que encontra inúmeros obstáculos todas as vezes que se precisa sair na rua com o filho. “Encontro barreiras em todos os lugares que vão desde falta de rampa nas calçadas como a altura das guias e uma vez chegamos a presos na porta do ônibus porque o elevador emperrou, meu filho ficou metade pra fora e metade para dentro”, desabafou a mãe.

Para Flávio de Souza, deficiente visual e suplente do CONADE pela CUT nacional essa iniciativa é importante não só para deficientes físicos e mentais, mas também para todos os tipos de minorias. “É uma iniciativa em nível nacional das entidades, poderes públicos e privados no sentido de uma mudança de cultura e de atitude para que a sociedade traga esse debate e assuma esse compromisso de trazer acessibilidade para todos os tipos de minoria”.


*matéria publicada originalmente no Hoje Jornal